sexta-feira, 27 de maio de 2016

PRESSA CERTO, MUITA PRESSA...

Olá pessoas! O post de hoje é um conto muito especial que escrevi pensando no quão interessante é essa pessoa chamada tempo! Espero que gostem :)




Certo dia estava andando na rua quando encontrei um amigo. Ele estava apressado, com o olhar cansado e pálido. Eu parei na sua frente e abanei as mãos gritando ‘OI, OI, HEY ESPERA  AÍ!’. Algum tempo depois ele me viu e mencionou seguir andando, mas depois de ver meu olhar que exalava fúria parou para me cumprimentar.
“Olá minha cara, já faz um longo..” - fez uma mesura. “Claro que faz” - retruquei com as mãos na cintura. “Mal lhe vejo passar, vive correndo pelos cantos parece até que foge de mim!” - ele hesitou por um instante.
“Ora, não me culpe… é o trabalho é só…” - ele falava olhando para os lados, estava com pressa. Sempre estava, seu trabalho era corrido,  muito corrido.
Mas dessa vez eu não iria lhe deixar escapar. Precisava falhar-lhe há muito tempo e ele veja só vivia fugindo. E não só de mim. Não pense, por um instante, que sou uma amiga chata que fica azucrinando o amigo é só que o assunto era realmente importante e quando você tem algo pra dizer a alguém e esse algo é muito importante e você não pode dizê-lo é o mesmo que ter um mosquito gigante zumbindo no seu ouvido, mas você nada pode fazer para espantá-lo.
Esse amigo, que jugo tão especial e conheço desde minha meninês não tem celular, ou telefone, ou qualquer coisa que seja tecnológica, gosta de fazer as coisas como sempre faz há vários anos. Só que seu trabalho é corrido, muito corrido.
Já fazia dois minutos que ele estava parado ali comigo e parecia que ia explodir, suas mãos suavam e ele estava com muita pressa para ir onde quer que fosse, o trabalho.
“Sei que está com pressa, sempre está. Mas preciso te perguntar uma coisa”.
Ele se abrandou, eu sempre precisava perguntar-lhe alguma coisa e nessa hora ele sempre diminuía o ritmo para me responder. Mesmo estando com pressa. Mesmo tendo um trabalho tão corrido. Me acalmei quando percebi que ele finalmente se acalmara.
“É o trabalho. Mas pode perguntar, desde que não demore muito, porque veja que se demoro muito o trabalho fica bagunçado e não posso deixar isso acontecer. Te contei como foi quando parei?” - balancei a cabeça com uma negativa. “Foi um horror!” - ele sussurrou. “Pergunte”.
Essa foi minha vez de ficar sem graça. Veja que já tinha a pergunta em mente, mas sei que seu trabalho é corrido e necessário.
“Por que…” - respirei fundo - “Por que faz, isso sabe? Não percebe que não era assim antes, quer dizer, você sabe o que eu digo, só te vejo correndo e não vejo nada porque vive correndo” - Ele franziu as sobrancelhas - “Minha pergunta é: por que tem passado tão de pressa ultimamente, sabe, mal o vejo passar?”  - Ele sorriu, se aproximou e me deu um forte abraço.
“Não sei como lhe responder, minha cara. É meu trabalho”.
Ele sorriu novamente e acenou para se despedir. Precisava ir. Precisava voltar a trabalhar. Saiu correndo. Eu não fiquei chateada, seu trabalho era corrido muito corrido. Quando ele virou a esquina com pressa, olhou para trás para um último aceno, eu sorri e sussurrei:
“Um dia nos vemos de novo. Até meu apressado amigo, tempo”.

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