sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

RESENHA: THE LAST MAN ON EARTH

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    Primeiro episódio: 1 de março de 2015
    Emissora original: Fox Broadcasting Company
    Número De Temporadas: 2
    Criador: Will Forte



    Em 2020 a terra é um lugar solitário. Isso porque um vírus letal matou todas as pessoa da terra, ou pelo menos é isso que Phil Miller (Will Forte) acha após rodar os Estados Unidos, México e Canadá em busca de outra pessoa viva após sobreviver ao vírus apocalíptico. 

    Phil deixa várias mensagens em Outdoors numa última medida de encontrar alguém e vai para  sua terra natal, Tucson.  O problema é que quando se perde a esperança não há nada a fazer e é exatamente isso que ele faz, afinal  o que você faria se tivesse tudo a seu dispor e ninguém para impor regras?



    Mas é claro, que mesmo você amando ficar sozinho, isso cansa e não é diferente com Miller, que sente falta especialmente de uma figura feminina em meio a tanta solidão. Eis que quando ele desiste surge Carol, uma mulher completamente diferente de tudo o que ele queria. E é aí que Phil nota que seus problemas estão só começando.


    Eu gostei muito da série porque ela tem essa pegada pós-apocalipse só que em uma série de comédia, coisa que eu  nunca tinha visto antes. E Will conseguiu passar muito bem a ideia do que realmente faria uma pessoa depois que "todos" os humanos fossem extintos.

    Carol (Kristen Schaal) é minha personagem favorita! Ela é super engraçada, fofíssima e tem umas esquisitices que me identifico muito. E ela é SEMPRE otimista, o que ajuda muito se você está num pós-apocalipse em um planeta quase desabitado. Na verdade o Phil é o personagem que menos gosto da série, ele é ranzinza, pessimista, e completamente egoísta, mas claro sem ele a série não faria sentido algum. Ele é aquele personagem meio detestável, mas que você fica sem saber o que pensar exatamente a seu respeito, esperando algo dele. Mas como em toda séria há evoluções, podemos perceber pequenas mudanças logo na primeira temporada o que ajuda a definir a personalidade de Phil.



    Sim, tem uma pitadinha de romance na série, mas ela é tão divertida que se você não gosta de romance, mal vai notar isso. Ela aborda o lado bom e o lado ruim de estar em um planeta quase desabitado e sem as grandes comodidades que a tecnologia nos oferece de uma forma bem divertida.



    Atualmente a série está em produção e na segunda temporada e está sendo bem aceita pela crítica. A atuação dos personagens é muito boa e o final da primeira temporada deixou um excelente gancho para a sequência. Surgem é claro, outros personagens na trama além de Phil e Carol e isso é muito bom porque a série não fica cansativa.
    Enfim, é uma série bem produzida, com um roteiro muito bacana, atores que sabem dar vida aos personagens e vale muito a pena parar um tempinho pra ver (e se viciar) se você quer ver algo diferente do habitual. 








terça-feira, 15 de dezembro de 2015

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Era uma vez, sim começaremos por era uma vez apesar de todas as pessoas que se acham adultas demais para ler uma história que começa com 'era uma vez'. Pois bem, Era uma vez uma garotinha de dez anos, ou doze, talvez quatorze, enfim essa garotinha se chamava Katherine, e gostava muito de brincar e ver TV. 
Com essa era do mundo digital é isso que as crianças gostam (talvez infelizmente, ou não) ela gostava muito de jogar vídeo game e ter várias redes sociais. Essa garota também tinha vários amigos e amava muito todos eles. E um dia essa garotinha de olhos tão cinzentos e tão curiosos estava com tédio e foi procurar algo para fazer no sótão de sua adorável casa. 
Depois de tanto fuçar e tanto tossir se sentou em uma caixa de papelão, ou madeira muito apodrecida e suspirou. Quão tedioso era não ter o que fazer, já estava cansada de tantas redes sociais, tanta TV, tanto nada. Cansada de toda a normalidade de uma vida normal, queria que a vida fosse como nos filmes e vídeo games onde cada aventura era diferente e intrigante. 
A maioria de suas amigas só pensava em garotos, primeiro beijo, ou segundo, maquiagens, roupas, etc, e ela não era diferente gostava de tudo isso tanto quanto outras garotas, mas estava cansada. 
Suspirou novamente antes de perceber aos seus pés um enorme livro de capa muito antiga de couro preto. Pegou-o com cuidado, lembrava-se vagamente de ver o pai muitos anos atrás com um livro assim, viu-o pôr o livro de lado falando que era bobagem e agora estava aqui, no sótão. Tudo o que era "bobagem" acabava aqui. Suspirou novamente, não gostava de ler, os livros do colégio eram tão chatos e os outros pareciam chatos, sem gravuras, sem nada. 
Dava preguiça só te ter que imaginar tudo por conta própria, não é pra isso que existe a TV? Suspirou novamente e abriu-o compelida pela curiosidade. Sem nenhuma indicação do que se tratava tal livro, ela virou a página e no primeiro capítulo que dizia “1” começou a ler. Veja só para sua enorme surpresa logo de início ela sentiu-se ali dentro daquele maravilhoso mundo de fantasia, com sereias, bruxas, grifos, náiades e tantos outros seres fantásticos. 
Mal percebeu a hora passar enquanto navegava naquele mundo estranhamente perigoso e fascinante. Suspirou quando viu que só faltava uma página para o livro acabar e ela própria se dar conta da mãe gritando seu nome, gritou um "Já vou mãe" e terminou aquela última página, retornando ao mundo real. 
Virou a página e percebeu um recado escrito a mão, ao que parecia ser de muito tempo atrás. Leu: 
“Nunca tenha medo da vida ser monótona, ou chata, basta ler e imaginar para viver novas aventuras” Desceu um pouco mais os olhos e percebeu outro recado à mão "Todas as pessoas gostam de ler, basta encontrar o livro certo. Joseph". 
Abraçou o livro ao perceber a letra de seu avô tão cuidadosamente escrita.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

VIDAS QUE VIVEM EM RADINHOS DE PILHA

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Goiânia é uma cidade de guerra, de abandonos, de reclamações, cidade de cultura. É uma cidade onde supostamente se predomina o sertanejo, onde as ruas são tão esburacadas quanto os cidadãos e onde a dança e a arte urbana predomina escondida de olhares conservadores.
“Que nada, Goiânia é sertanejo, é raiz!”, frase comum de ser ouvida da boca dos Goianos mais velhos é essa, pouco sabem eles que a cidade já foi tomada de inovações e já é uma mistura de ritmos, que vai do jazz ao rock’n roll.
Os mais velhos ficam sentados em seus banquinhos na porta de suas casas, ora papeando sobre a vida alheia, ora com seus radinhos de pilha procurando incessantemente por uma rádio em que ainda predomina aquilo que consideram a raiz de sua cultura.
Quando o tão comum carro cheio de som passa nessa mesma rua pacata tocando em alto e bom som, graves tão profundos que chegam a tremer as paredes, eles reclamam. Reclamam e esperam ansiosamente por aqueles tempos melhores da capital, quando o único som era esse mesmo baixinho de seus radinhos de pilha com o tão esperado sertanejo Raiz.
Então se faz guerra, de um lado os conservadores sertanejos, do outro, os jovens rebeldes que querem mudar a cara de Goiânia para o agora, o pop, o rock, o soul, o pagode e todos os ritmos ao qual eles tem direito.
Todos os dias esses mesmos jovens e velhos que vivem em guerra, entretanto se unem, para porém esquecer. Esquecer das inúmeras pessoas pelas quais passam todos os dias e ignoram, porque estão preocupados demais definindo que cidade é essa.
Essas mesmas pessoas ignoradas são aquelas que pouco se importam com as guerras de tribos e querem apenas viver. Viver, trabalhar, sentir, serem vistos. Todos os dias um senhor de idade, em situação de rua, pega sua tela, suas miçangas e vai para o lago das rosas vender lindas bijuterias artesanais.
Sua arte é ignorada, abandonada pelos passantes que não veem o talento que transborda diante dos seus olhos. Mas ele não liga, se acostumou ao abandono, aos olhares de desprezo que tantas pessoas preconceituosas o julgam ‘drogado’, ‘sem-teto’ ‘deve ser uma vida vazia’.
Ele no entanto não se importa, ou finge que não se importa, é feliz sem se preocupar com tantas bobagens que deixa as pessoas loucas e estressadas e fica extasiado quando um passante para por alguns segundos e pergunta “quanto é a pulseira?”.
Essa é a arte do abandono, a qual os Goianos conhecem tanto. Goiânia tem em média cem mil cães abandonados e inúmeros gatos de rua, dentre os quais a maioria são jogados na rua ao nascerem, ou simplesmente deixados para trás porque o dono se cansou.
Os cães no entanto também não são tristes, formam suas próprias comunidades e alguns, aqueles que tem sorte e são ‘bonitinhos’ nem precisam fuçar o lixo para encontrar comida. Ficam cercando açougues e pequenos mercados onde no fim do dia tem uma deliciosa refeição de restos e ossos.
Já os gatos, que são maioria não tem a mesma sorte. Grande parte dos Goianos repudiam os gatos, preferindo os cães. Talvez por uma rixa tão passada que nem eles mesmos se lembrem. Os poucos que se compadecem dos animais, no entanto, não são suficientes e restam aos gatos, bonitos ou feios, as velhas sobras que ficam nas calçadas mofando e apodrecendo em sacos de lixo.

As três da tarde, Goiânia se torna uma cidade de reclamações. Não das ruas esburacadas, dos assaltos, nem do que vai acontecer nas tramas das novelas mexicanas que predominam, mas do clima.
Não importa qual seja o tempo, calor escaldante ou chuva, porque é assim que estão divididas as estações, mas não importa qual seja ela, resta ao Goiano reclamar: “Está quente demais!”, “Está frio demais!”, “Está ventando demais!”, “Está abafado demais!”.
As escolas são antecipadas, as sete da manhã, quando os alunos se sentam em suas carteiras para mais um dia de aula sua frase de bom dia é seguida por um “Nossa tá quente né?” e “Nossa cara, tá frio demais!” ou ainda um “Eu acho que hoje o dia vai ser de rachar!” e para confirmar os comentários, chega o professor Goiano confirmando que o clima na capital está desregulado e a umidade .
Para os mais velhos esse clima estranho e sem forma da capital é tolerável. Sem reclamações... Até eles pegarem seus banquinhos e radinhos a pilha e irem se sentar à tarde na porta de suas casas para conversar. “Esse clima de Goiânia é terrível, assim a gente não aguenta”, reclama a Senhora Sebastiana Maria, sobre o calor escaldante que a atrapalha a se concentrar na reprise da novela mexicana, mesmo com um ventilador a sua disposição.
O que muitos não sabem no entanto, é que o clima pode ser relativo e enquanto os Brasileiros se agasalham com vários casacos e logo calçam suas botas quando faz 20°C, os gringos saem as ruas de bermudas e chinelos preparados para um dia refrescante agradecendo pelo calor de 20°C.
A reclamação é tão bem vinda pelos Goianos que quando finalmente o clima agrada, restam outras reclamações. Da falta de praças, das praças em excesso, das ruas estreitas, das ruas largas, da falta de atividades noturnas, da vida noturna, do sertanejo, do pop, dos cães e gatos abandonados.
Goiânia é uma cidade de arte, cidade de cultura. Cultura dividida, entre é claro, os conservadores e a cultura pop. Mas é inegável que a capital é rica em cultura: a cultura pop é o que predomina.
“Goiânia é alternativa” comenta o modelo Daniel no desfile de moda alternativa Autentic Fashion “Mas é uma alternativa escondida, negada pelos conservadorismo da cidade”.
Os grafites já conseguiram sair da guerra sertanejo/pop e são abraçados por todos. Abraçados e respeitados, tanto que onde tem grafite não tem pichação, os pichadores não ousam estragar o trabalho do grafiteiro. É arte. Arte que agora estampa diversos muros e até lojas que usam o respeito entre grafiteiros e pichadores para fugirem do vandalismo.
O talento de Goiânia está estampado pela cidade, nos muros, nos vendedores de bijuterias artesanais, na dança, no teatro e em tantos outros espetáculos, que caminham anônimos pelas ruas com pequenas ações. A maioria nega é claro, mas o que se destaca é o alternativo. O diferente, que assusta o conservador com a ousadia de usar cabelos coloridos, roupas diferentes, e talento que esbanja.  
Cidade de lutas, de pessoas simples, pessoas que reclamam, que agradecem, cidade sertaneja, pop, de abandonos, reencontros, de cultura, mas acima de tudo cidade de pessoas contraditórias, que discordam dos atrativos de Goiânia, mas sempre se unem para defender a cidade quando alguém de fora critica: “Aqui é tranquilo, bom” e só assim se permitem revelar o sabor de viver em Goiânia.



sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Authentic Fashion: A Goiânia Alternativa

FOTO: DIVULGAÇÃO


      No último sábado (28 de Novembro), o espaço Vila Cultural Cora Coralina em Goiânia foi palco da primeira edição do Authentic Fashion, evento de moda alternativa, que divulga a cultura de pessoas autênticas, que sabem o que querem e expressam sua personalidade em suas roupas.

FOTO: DIVULGAÇÃO

       O evento teve como principal característica incentivar a cultura alternativa na capital, e a moda alternativa, apresentando os produtos de lojas que, normalmente, não participam de desfiles de moda. As modelos usaram looks de várias lojas diferentes, cada uma com estilo próprio e cheios de atitude, inspirando a atitude e a originalidade na hora de se vestir.

FOTO: DIVULGAÇÃO

       A estudante Andrezza Oliveira (21)  do curso de eventos na Faculdade Cambury explicou que a ideia partiu da professora Sabrina que dá aula na matéria de Produção de Eventos e Desfile "Para podermos concluir, teríamos que produzir um desfile e escolhemos como tema moda alternativa." diz Andrezza uma das organizadoras do Authentic Fashion.
    O desfile ainda contou com apresentações musicais, estandes das marcas parceiras e muita descontração. "Tô adorando essa experiência. Espero poder participar mais vezes porque eu amei esse meu dia de princesa." comentou a modelo Thais Muniz, acadêmica de Jornalismo.

FOTO: DIVULGAÇÃO

     Mas o evento não foi apenas um desfile qualquer. Ele representa muito pra Goiânia. O primeiro desfile de moda alternativa da capital, trouxe várias pessoas à reflexão. De que, por aqui o que predomina é o conservadorismo, e ainda tem o preconceito. Contra o que é diferente, o que é novo e até contra o que não é. 
      "Se você modela, já generalizam: você é gay. Mas e se eu fosse? Mas e se eu for? O mundo da moda é um mundo hétero, é um mundo homo, é um mundo sem gênero. Mas sim, há preconceito, de pessoas machistas tentando menosprezar nossa proposta.", respondeu sem hesitações o modelo      Daniel Lopes de 25 anos sobre o preconceito que rodeia a capital.


FOTO: DIVULGAÇÃO


      A primeira Edição do Authentic Fashion reuniu principalmente pessoas alternativas, amantes de eventos de cultura e lazer, que geralmente estão envolvidos com os eventos de cultura da cidade. A iniciativa foi só elogios das pessoas que participaram, que incentivaram a continuação do evento para divulgar o lado alternativo da capital, que é escondido do conservadorismo, mas que se iguala a ele em força e vem só crescendo tornando Goiânia uma cidade miscigenada, livre e alternativa.

FOTO: DIVULGAÇÃO


MODELOS DO DESFILE
FOTO: DIVULGAÇÃO

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

SEJA MAIS NORMAL!

Ao andar pela rua percebo uma coisa. As pessoas me encaram. Penso que acham que estou bonita e sorrio ao dar mais alguns passos. Ao sorrir eles viram os rostos rapidamente. Paro por um instante. Não me olham como se eu estivesse bonita e sim com reprovação. Por que? Confiro minhas roupas  e meu cabelo, tudo ok, certo? Quando chego no ponto de ônibus as pessoas me encaram e sussurram. Agora entendi! Estão sussurrando sobre mim, minhas roupas. Mas não há nada de errado com elas. A meia calça é rasgada, o tênis é gasto, mas ainda em boas condições. Meu cabelo é volumoso, com cachos altos e verdes, uso batom vermelho. Ouço a palavra 'estranha', 'sem-noção' e risos de deboche. A frase que sussurram está estampada em suas testas cinzas e iguais: SEJA MAIS NORMAL! Coloco os fones de ouvido e entro no ônibus.

Esse pequeno trecho que escrevi pra vocês é algo que aconteceu comigo, ou pelo menos como me senti naquele momento, alguns anos atrás com tantas pessoas me encarando com olhares de reprovação. Há alguns anos eu resolvi que queria ser um pouco diferente das pessoas, do comum no estilo, no meu jeito, não que ao meu ver tenha sido muito radical. Algumas pessoas me incentivaram, da grande maioria houve reprovação. 
No começo, eu me importava muito com o que os outros pensavam de mim. Hoje, nem tanto. Acredito, hoje que ser eu mesma é o que importa e refletir quem eu sou, não só pela minha aparência, mas pelas minhas ações. Hoje tento além de tudo agir com o coração, e eu quero que as pessoas vejam isso em mim pra que de alguma forma, mesmo que pequenina, elas possam ver o quanto isso me deixa feliz e talvez também as deixe feliz. Não quero ser 'comum'. Mas ao contrário do que algumas pessoas pensam não quero 'me aparecer', quero apenas me sentir livre pra ser quem eu sou e expressar isso.
Mas aí é que está o grande Q da questão. O que é diferente assusta, intimida. O que é diferente demora a ser aceito, e quando é. O normal é comum, é silencioso e quieto, é mais fácil. O normal não deve se enxotado! Mas sim o preconceito. Contra estilos, etnias, contra o que é diferente. O preconceito sim deve se abolido do interior de todos nós, porque somos todos humanos. Por fim, mesmo sendo diferentes, somos todos um só.
Um dos meus livros favoritos de chama StarGirl, (se quiserem, faço resenha depois), Estrela, a personagem principal é completamente ela mesma em cada pedacinho do seu ser e age com todo seu coração, ela consegue motivar as pessoas e espalha a alegria, pura e genuína. Isso,  é o que para mim importa, o que deveria importar, não o julgamento e o preconceito.
A mensagem que quero passar aqui hoje é, seja você. Seja lá  quem você for, seja você! Porque nessa sociedade complicada em que vivemos, se não tentarmos ser pelo menos felizes conosco mesmos, e com o que passamos, do nosso coração, nunca chegaremos a lugar nenhum e seremos só uma grande massa cinzenta, sem rosto e com o coração vazio.

"Porque ela era diferente. Diferente. Não tínhamos ninguém com quem compará-la, ninguém para colocá-la lado a lado"
      Stargirl

"De todas as características incomuns de Estrela, essa para mim era a mais marcante. As coisas ruins não a afetavam. Correção: as coisas ruins que aconteciam com ela não a afetavam. E as coisas ruins que aconteciam conosco a afetavam demais."
         Stargirl

"O essencial é invisível aos olhos, e só se pode ver com o coração"
             O pequeno príncipe


http://www.sopadeideias.com.br/blog/tag/seja-diferente/

http://romanceprinces.tumblr.com/post/39530435783/seja-diferente-mesmo-ouse-seja-abusado-dance
http://labirintoapj.blogspot.com.br/2015/06/uma-palavra-de-nosso-pastor.html

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Ilustradora transforma palavras “intraduzíveis” em lindas e super-fofas ilustrações

Gente, como hoje é sexta, deixo com vocês uma artista super fofa que fez uma série chamada "Palavras  Intraduzíveis" onde ela traduz palavras de diversos idiomas que não conseguimos traduzir ou descrever. E você como descreveria, por exemplo, a palavra cafuné para um gringo?Foi exatamente isso que a artista britânica Maria Tiurina fez, na série chamada “Palavras Intraduzíveis” (Untranslatable Words).
Eu achei muito fofo e dá uma sensibilidade sutil e amável (e vontade de receber um cafuné :3), também me deu vontade de tomar chocolate quente e ficar bem quetinha, tentando sentir coisas que não podemos traduzir nem mesmo para as palavras.
Cafuné, do Português brasileiro: O ato de ternura dos dedos correndo pelos cabelos de alguém.
O ato de ternura dos dedos correndo pelos cabelos de alguém.
Gufra, do Árabe: Quantidade de água que você pode segurar nas mãos.
Quantidade de água que você pode segurar nas mãos.
Schlimazl, do Ídiche: Uma pessoa com azar crônico.
Uma pessoa com azar crônico.
Duende, do Espanhol: O misterioso poder que uma obra de arte tem e que toca as pessoas profundamente.
O misterioso poder que uma obra de arte tem e que toca as pessoas profundamente.
Tingo, do Pascuense: O ato de pegar todos os objetos que você gosta do seu amigo, gradualmente, pedindo emprestado.
O ato de pegar todos os objetos que você gosta do seu amigo, gradualmente, pedindo emprestado.
Luftmensch, do Ídiche: Refere-se a alguém que é sonhador. Significa literalmente: pessoa aérea.
Refere-se à alguém que é sonhadora. Significa literalmente: pessoa aérea.
Age-Otori, do Japonês: Quando você fica pior do que estava antes de cortar o cabelo.
Quando você fica pior do que estava antes de cortar o cabelo.
Palegg, do Norueguês: Qualquer coisa que você pode colocar em uma fatia de pão.
Qualquer coisa que você pode colocar em uma fatia de pão.
E você, o que sente quando vê ilustrações assim?


terça-feira, 24 de novembro de 2015

Apenas...



“A vida é muito chata!” pensava. “Para que existir simplesmente pelo fato de existir sem propósito algum? Há algum propósito?” Enquanto andava pela calçada pensava no que fazer a noite. “Uma festa talvez. Mas para que? As festas melhoram a vida em alguma coisa? E por que tantas perguntas?” Fingiu não tê-las e continuou seguindo seu caminho. “Falar sozinha é ruim?” Cansou-se de tantas perguntas.


Chegou em casa e foi direto até a estante pegar um livro qualquer para passar o tempo. Deitou-se na cama e começou a ler para passar o tempo ainda com tantas perguntas martelando em sua mente. Sempre que lia, qualquer fosse o livro entrava num mundo completamente nosso e fascinante.


E dessa vez estava nele literalmente. As árvores com folhas azuis e brancas, o mundo se misturando entre a fantasia e a realidade. “Por que ambos não podem viver juntos?” Pensava. Bem, agora podiam. Sentiu suas mãos se enrijecerem com o frio. Gostava disso. Pegou um fruto de uma árvore próxima e sentiu o gosto explodir em sua boca, morango com recheio de chocolate.

“Isso é real?” Não sabia dizer, mas se fosse somente um sonho, não queria acordar agora. Olhava agora o céu, o azul vibrante e macio. Sentou-se na grama e recostou-se sobre uma pedra coberta de musgo. “Que lugar lindo!”.

__Então? – Olhou para o lado com um susto e reparou num garotinho de mais ou menos dez anos de idade com cabelos verdes e olhos curiosos. – O que faz aqui? – Então finalmente se perguntou o que fazia ali naquele lugar tão curioso. E afinal, que lugar era ali?
__Não sei, e você? – Sabia que não era uma boa resposta para um estranho, mesmo que para uma criança.
__Vendo você! – Ele responde como se fizesse todo o sentido.
__Ah! E por que? Não devia procurar seus pais?
__Não vendo você… Vendo você! – Ele diz tocando a cabeça com o dedo indicador.
__O que? – Estava começando a se assustar.
__Tudo bem! – Ele diz tocando sua mão, foi reconfortante.
__O que quer?
__O que você quer? – Ele rebate com impertinência.
__O que? É melhor ir procurar seus pais garoto.
__Talvez só esteja com medo da loucura. – Ele cruza os braços sobre o peito.
__Esse lugar não é loucura. – Afirma com veemência.
__Como sabe? Talvez só seja seu subconsciente numa medida desesperada.
__Desesperada pra que?
__Pra não, por. Por perguntas. – Rebate o garoto com certeza.
__Desculpe, mas não estou entendendo. – Começou a sentir certa confusão nessa conversa.
__O cérebro tem necessidade por respostas. E como tê-las sem perguntas?
__Eu não… Eu não… Eu não sei. E como sabe dessas coisas? É só uma criança. – Fala numa medida desesperada de dizer algo que faça sentido.
__Vê. – Ele diz mexendo em uma mecha do cabelo espetado. – Os adultos têm necessidade de saber tudo. E de viverem no mundo real. Nós crianças não temos medo de perguntas, ou de imaginar.
__Não é medo… É necessidade. Viver. No mundo não há tempo pra viver no mundo da fantasia.
__Você não queria poder vir pra cá mais vezes?
__É claro. Pena que tudo seja só um sonho. – Diz com pesar e tristeza.
__Isso não quer dizer que não é real. – Se perguntou repentinamente como fora parar lá com naquele lugar tão estranho com aquele garotinho tão engraçado e curioso.
__Que estranho! – Diz pensando em voz alta. Talvez pudesse usar mesmo a imaginação para ir aquele lugar quando quisesse.
__Mas… Você tem perguntas… Tem que respondê-las.

Acordou subitamente e percebeu infeliz que realmente só se tratava de um sonho. Lembrou-se de tantas perguntas que tinha a respeito do mundo e começou a questionar-se. Por fim era verdade. Sem perguntas não haveriam respostas e sem respostas não haveria nada. Mas antes delas precisava tentar voltar aquele mundo fascinante. Mesmo que fosse só um sonho bobo. Tinha que tentar.

-Déborah Queiroz

terça-feira, 17 de novembro de 2015

ESPECIAL: MUNDOS ABANDONADOS

Fotografias de lugares abandonados se tornaram moda. Uma moda que transcende o tempo, que desperta sentimentos, emoções. De campos de concentração à cidades inteiras o abandono se torna um sentimento compartilhado por milhares e expresso por fotógrafos incríveis de olhares apurados. É claro, há lugares abandonados por onde quer que passamos. Lugares, coisas, pessoas. Se há tantas coisas abandonadas pelo mundo, tantas pessoas abandonadas, você deve estar pensando porque cargas d'água eu escolhi falar de Bibliotecas abandonadas se há tantas importâncias maiores no mundo.

"Biblioteca é um espaço físico em que se guardam livros, dispostos ordenadamente para estudo e consulta. É a coleção de livro.  É uma palavra de origem grega. Biblioteca é todo espaço, seja ele concreto ou virtual que reúne coleção de informações de qualquer tipo, sejam livros, enciclopédias, dicionário, monografias, revista, folhetos etc., ou digitalizadas e armazenadas em CD, DVD e banco de dados."

"No Egito, as bibliotecas eram chamadas ''Tesouro dos remédios da alma''. De fato é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras."
Jacques Bossuet

Existem inúmeras bibliotecas espalhadas pelo mundo. Públicas, privadas, especializadas, bibliotecas que não guaram só livros, mas uma infinidade de coisas. Bibliotecas vivas. Uma biblioteca para mim é um universo novo. Um universo inexplorado e possível, onde você escolhe seu destino e a única coisa de que precisa é ter imaginação. 
O grande Q da questão é que bibliotecas abandonadas não são apenas aquelas que vemos em belas imagens. Bibliotecas em perfeito funcionamento estão sendo deixadas de lado, vazias. O grande abandono das bibliotecas não são por uma catástrofe, ou um abandono necessário, mas apenas retrato da nossa sociedade que não lê.
É claro, nesse mundo de tantas mídias para quê ir à uma biblioteca ler quando existe ebook? Isso já é uma coisa muito pessoal de cada leitor, e eu prefiro as bibliotecas. Sentir o cheiro dos livros, as páginas, e acho ainda mais prazeroso ler um livro que ele já foi lido por muitos porque é pra isso que os  livros servem, para terem mundos desbravados.
E é por isso que digo, bibliotecas vazias e abandonadas me despertam profunda tristeza, não são só lugares, são mundos abandonados.

"A Biblioteca é algo mágico onde as fadinhas não dormem se a gente faz barulho. É onde contém todo tipo de história que você imaginar e que também não imagina. Em cada livro há uma coisa incrível que pode marca a vida de alguém."
           -Dani Villela












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"A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas por incrível que pareça, a quase totalidade não sente esta sede. - Carlos Drummond de Andrade"


-Déborah Queiroz

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Vestido de cetim



Estava com o coração na boca que já não se aguentava de tanta felicidade. Já fazia um mês que aguardava este tão sonhado dia. Ficou o repassando, reinventando-o em sua mente por vezes. Já havia criado inúmeras fantasias para o dia, mas sabia que nenhuma seria tão boa quanto a própria realidade. Podia ser exagerado pensar tal coisa, mas não ligava, afinal só tinha doze anos e seria o primeiro presente que ganharia na vida. 

É claro, não é tão comum uma criança ganhar seu primeiro presente aos doze anos, mas acontece que seus pais eram pobres e trabalhavam muito para tentar lhe dar uma vida melhor. Assim sendo, levantou-se, pegou seu melhor laço de fita e prendeu no cabelo, sorrindo extasiada. A roupa que vestia era velha e gasta, mas isso tampouco importava. A mãe já havia preparado o café com leite e pão com manteiga. 

Ambos eram tão bons juntos que nem ligava por não ter bacon no café da manhã. Tinha outros irmãos e eles também ganhariam algo. Era um dia especial afinal de contas.
A mãe os arrumou e os levou, a cada passo, seus coraçõezinhos agitavam-se extasiados. Entraram numa loja e a mãe os deixou sentados na frente do balcão, indo para o fundo buscar as encomendas. Voltou com vários pacotes e distribuiu-os, primeiro aos seus irmãos, eles rasgaram as embalagens com voracidade ficando maravilhados ao verem seus preciosos presentes. 

Ela ficou muito feliz por todos eles e estava radiante ajudando-os com as embalagens e se divertindo com eles. A mãe olhou rapidamente para ela e sorriu, depois foi novamente para o fundo da loja, e nesse momento seu coração palpitou de tanta ansiedade. A mãe voltou com um embrulho de papel pardo e o colocou em suas mãos. 

Ela o pegou e sorriu. Com certeza a sensação era melhor do que imaginara. Abriu o pacote com delicadeza e calma enquanto sua mãe a observava. Assim que pegou-o em suas mãos sentiu-se extasiada. Era o vestido mais lindo que já vira na vida! Passou a mão nele sentindo o tecido macio escorrer sob sua pele Era um lindo vestido de cetim azul cristalino com pequenos babados bordados na barra. Sorriu enquanto sua mãe a olhava aguardando sua reação.

__Obrigado mãe! – Abraçou a mãe.

(Dedicado a minha avó Sebastiana)

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Resenha – Depois daquela Viagem

"Quanto ao preconceito, às vezes ainda me sinto como o Edward mãos de tesoura, preso em seu castelo, fazendo obras de arte porque não há outro jeito com o qual possa tocar as pessoas. Lembra-se desse filme? Mas quem sabe um dia todos nós aprenderemos e cada vez que conhecermos alguem, seja ele ou ela, branco, preto, amarelo, vermelho, gordo, magro, feio, bonito, judeu, muçulmano, homossexual, alto, careca, gago, adotado, anão, com AIDS, sem AIDS, rico, pobre, cabeludo, fanho, cego, corcunda, excepcional, vesgo, inteligente, olhos puxados, olhos azuis, palestino, árabe, comunista, capitalista, superdotado, hemofílico, bicho-grilo, miserável, graduado, travesti, místico, sem-terra, mexicano, americano, empregado, patrão, prostituta, enfermeira, médico, pobre, novo, velho, ateu, tatuado, com tuberculose, com hanseníase, com mão de tesouras, sem braços, surdo, paraplégico, mudo, ignorante… nos lembraremos que, antes de tudo isso, é apenas uma pessoa."
— Depois Daquela Viagem.


Ano:1997
Editora: Ática
Autora: Valéria Piassa Polizzi




Sinopse:





O livro Depois daquela viagem é uma autobiografia de Valéria Polizzi, que conta sua trajetória de antes a após a descoberta da AIDS. Contaminada por um namorado abusivo, Valéria é diagnosticada aos 18 anos, aproximadamente 2 anos após ter contraído a doença.

Em meados dos anos 90, a AIDS é uma doença “recente” e Valéria vê e sente na pele o preconceito e discriminação as pessoas com o vírus, no início associado somente a homossexuais e pessoas promíscuas.
Além de todo o preconceito Valéria se vê pega pelo tempo. Como prosseguir quando tudo que se conhece sobre a doença é que ela mata? Como planejar o futuro?
Neste livro, ela mostra como de repente, por causa de quatro letrinhas sua vida passou por uma reavaliação radical. Ela expõe sem meias palavras, como a doença mexeu com sua cabeça e seus sentimentos.

Depois daquela viagem é um livro triste e alegre, tocante e verdadeiro, um testemunho da coragem e da determinação de levar adiante a vida apesar da AIDS.





A autora:


Bom, como o livro é a auto biografia da autora direi coisas à respeito dela após a publicação do livro. O livro Depois daquela viagem foi considerado como o melhor livro do ano pela Folhateen e ficou por meses nas listas dos mais vendidos do país.
Valéria já foi capa da revista Capricho, desde 1998 participa de seminários, encontros, mesas redondas, dá palestras em escolas e faculdades sobre a AIDS. Atualmente Valéria Polizzi vive com o vírus há mais de 25 anos.









"E se sentir sozinha quando se está sozinha é ruim. Mas sentir-se sozinha quando se está com alguém é infinitamente pior."

— Depois Daquela Viagem.

Minha opinião:


Me apaixonei pelo livro.
Explico. Quando comecei pensei que seria como qualquer outro livro destinado ao público jovem. Não é. Logo no primeiro capítulo me impressionei. A veracidade dos fatos, sem tabus. Sua história de vida é envolvente e inspiradora.

Até os dias atuais a doença é muitas vezes vista com preconceito e em meados de 1990 Valéria vive isso na pele. A discriminação, ter que viver escondendo a si mesma por medo do preconceito, medo do futuro, de relacionamentos.

Valéria narra sua vida desde antes da descoberta da doença, seu primeiro contato com o sexo, com um namoro abusivo, a descoberta da doença ao declínio e recuperação da saúde. Do preconceito consigo mesma à aceitação e conseguir ter uma vida normal.

 O livro contém 279 páginas com narração simples e leve.
Eu super recomendo esse livro pra vocês, não só porque o achei inspirador, mas porque Valéria fala sem tabus de um assunto que ainda é evitado pelas pessoas. A AIDS existe e existe prevenção, mas as pessoas se esquecem. E se esquecem de que tudo se trata de pessoas. Pessoas que podem ou não pegar a doença, que podem ou não evitar e que pessoas podem viver com a doença normalmente.
Mas não se preocupe, não é um livro informativo sobre AIDS. É um livro que se trata de gente, com sentimentos e emoções. Não como aqueles livros com fotos horrorosas que os livros da escola mostram. E é inspirador.

Em resumo, espero de verdade que leiam e se lerem (espero, me contem o que acharam e se gostaram como eu. =]



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"Você já teve a sensação, quando se olha no espelho, de que você não parece com você mesma? Ou de que aquela que você vê não é a mesma que os outros veem? Ou de que você não é bem você? Ou nem nunca foi?"
— Depois Daquela Viagem