segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

AQUELE DIA




O que acontece durante a vida que nos deixa tão estáticos? Em algum momento desse grande turbilhão é como se um caminhão carregado de quinquilharias passasse por cima de nós diversas vezes ao ponto de esquecermos quem éramos, o que fazíamos, como seríamos e nos tornemos grandes máquinas de nada. Máquinas feitas para ser exatamente aquilo que os caminhões carregam. Quinquilharias motoras. Feitos para agir automaticamente frente a qualquer situação ou desgosto até alegria. Foi depois daquele dia. Você pode até pensar que sente, que tudo é intenso, mas ao mesmo tempo, sabe que não é real. Que não é como outrora fora e que agora não passa de um monte de sucata.
Foi exatamente assim que eu estava quando passei por aquela parede. Aquela com um rachado bem no meio que divide aquele prédio como se quisesse cortá-lo no meio. O céu estava cinza, a chuva havia sido anunciada nos jornais matutinos, mas mesmo assim resolvi sair. Preciso de café, pensei. Preciso de combustível para sobreviver. Eu poderia ter feito o café em casa como todos os dias, mas pensei “Quero algo diferente” como todos os que pensam que tomar um café em um lugar diferente é diferente. Ainda estava parada em frente a parede quando senti o vento surrupiando por entre meu casaco tentando me tirar dali. “O que você faz aqui?” Ele perguntou “Não sei” respondi. Ele começou a me puxar, mas por algum motivo não consegui sair. Aquele rachado. Aquele vento. Vi que as pessoas ainda transitavam ao meu redor mecanicamente. Como podem? Eu pensei. São só robôs. Depois daquele dia. A parede estava gasta e descascada. Toquei-a. Senti. Aquele rachado. Um frio na barriga.
Seria alucinação? Não. O vento gritou me alertando para que fugisse do terrível perigo, mas eu resisti. O que era aquilo? O que era? eu rebati quando o vento começou a soluçar em pânico. O QUE ERA? Eu rugi e ele parou.
“Aquilo?” Apontou pro rachado. Eu acenei. “É você. São vocês.”
A princípio não entendi. Depois descobri que ele tinha razão. Aquilo. Ele me puxou gentilmente na direção do café quando o céu tentou me abraçar, molhando meu casaco. Ainda me lembro daquele dia. Daquele céu. 

terça-feira, 7 de junho de 2016

RESENHA: O PESO DA GRAVATA

Pra hoje o  post é a resenha de um livro muito interessante chamado ‘O peso da gravata’, espero que gostem ;)




Esta coletânea de contos originais do autor Menalton Braff traz diversos universos, a partir de diferentes pontos de vista. Mergulha-se no realismo fantástico, com histórias como a de um sobrado degradado pelo tempo, e a deum personagem morto que caminha em direção ao seu próprio túmulo. Alguns contos permeiam, ainda, a cruel realidade da rotina, do dia a dia, da morte e da vida. O leitor é convidado, ao final do livro, com o conto “Jardim Europa”, a entrar no mundo de um condomínio prestes a ser invadido.




Quando a editora me sugeriu o livro eu fiquei super feliz porque ando numa vibe muito legal de livros de contos. Então, assim que o livro chegou eu o devorei, mesmo lendo com calma kkk





O livro é dividido em vários contos que beiram ao surrealismo real.
Explico: O autor nos trás fatos do dia-a-dia de uma forma surreal. Os contos passam pela nossa alienação e rotina, indo da aventura ao romance. O primeiro conto intitula-se o nome do livro O peso da gravata.




Ele apresenta como a vida cotidiana e rotineira pode se tornar maçante e nos engolir de uma forma a despertar você. Eu me vi no personagem e pensei: Poxa, como a vida e suas situações nos transformam. E como essa mudança nos afeta? O autor consegue um final libertador no qual o personagem se desprende das amarras da sociedade. Ele sai de uma caixa bem pequena e enxerga em fim aquilo que sempre deveria ter sido prioridade.


Os contos em si passam por vários caminhos da vida traçando um paralelo entre eles. Particularmente me vi em muitos contos, não apenas em O peso da gravata. E acho que isso é muito interessante porque o que me preocupa um pouco nos livros de contos é:





A - Se o autor consegue chegar a profundidade na história, mesmo com um conto que pode ser muito curto


B - Se o autor mesmo tendo contos diferentes, que passam por histórias e situações diversas, consegue prender o leitor e fazê-lo querer ler o próximo conto


Eu escrevo contos (se você acompanha o blog já deve ter lido algum dos meus) então acho que eles devem ser profundos e despertarem sentimento no leitor. E sim, eu acho que Menalton conseguiu isso em O peso da gravata.





Eu não li outras obras do autor ainda, mas pelo menos ao analisar brevemente sua escrita através desse livro pude notar que ele é bem detalhista e me lembra um pouco a escrita de Lygia Fagundes pela preocupação com os detalhes.








Eu indico esse livro para uma leitura leve e ao mesmo tempo instigante, uma leitura sem pressa e com reflexão. Para experimentar sentimentos e se permitir a pergunta: O que essa história passa pra mim? O que eu levo dela e o que ela leva de mim?


Até a próxima ;)


Segue abaixo o link para a compra do livro aos interessados:



Com vinte e dois livros publicados e um prêmio Jabuti na bagagem, Menalton dedica todo o seu tempo a atividades literárias. Finalista do Jabuti em 2007, 2008 e 2009. Em 2013 lançou o romance O casarão da rua do Rosário pela Bertrand Brasil. Em 2014, a Editora FTD lançou seu romance juvenil O fantasma da segundona e no primeiro semestre de 2015 a Global Editora lançou Pouso do sossego, segundo romance da trilogia iniciada com Tapete de silêncio. Atualmente publica dois eBooks pela Primavera Editorial: Na teia do Sol e Castelos de Papel. Em 2016 irá lançar três obras inéditas pela editora.




*ESTE LIVRO FOI CEDIDO PELA PRIMAVERA EDITORIAL

DISPONÍVEL PARA COMPRA NESTE LINK: O PESO DA GRAVATA

terça-feira, 31 de maio de 2016

O QUE ME INSPIRA #2

Hoje tem a segunda postagem do quadro #OQUEMEINSPIRA onde falo um pouco a cada episódio de coisas que me inspiram. Seja pra escrever, pra assistir, pra sorrir. Então vamos lá :)





Certo dia estava voltando do trabalho e parei no ponto de ônibus. Mas dessa vez tinha uma coisa diferente naquele ponto esquecido no bar de esquina. Uma carroça estava parada na frente do bar enquanto seus donos -um homem e uma mulher- bebiam enquanto contavam piadas em uma mesa do bar. No bairro afastado da cidade, quase ninguém passava na rua.
Pigarreei e encostei na parede incomodada pela presença do cavalo. Incomodada pela falta de presença do cavalo. Ele estava ali e me encarava com olhos ão tristes e desesperados que me fez querer chorar. Olhei seu 'dono'. Ele tinha arrumado briga com o dono de um carro que passou na rua e sentiu que a carroça atrapalhava o tráfego. 
Depois da confusão o 'dono' se levantou. Ele pegou uma pá e começou a jogar um entulho que estava na frente do bar na traseira da carroça. Então, pensei, estava ali a trabalho. Para dar trabalho. A cada montanha de terra que era jogada na carroça as pernas do cavalo tremiam e ele, gritava em silêncio. 
Gritava olhando fundo em meus olhos. Ele sabia. Sabia tudo o que sofria há tanto tempo e queria ajuda. O que eu poderia fazer? lhe respondi em silêncio. 
Ele gritou por ajuda quando seu suposto dono voltou a tomar a cerveja esquentando no copo. 
Me desculpe, me desculpe, me desculpe.
Me vi correndo gritando com aquele homem bêbado e sua mulher por não enxergarem nada além de sua mísera existência, desacorrentando o cavalo de suas amarras e vendo-o livre finalmente. Pisquei os olhos. Nada fiz. O ônibus veio. Disse adeus e pedi desculpas ao cavalo que abaixou os olhos conformado. Esquecendo-se daquela palavra tão sonhada dita 'liberdade'.

O que acontece é: tudo o que digo pra vocês nessa série é real. Tento mostrar que, são as coisas mais simples da nossa vida que trazem a inspiração, ou a ilusão dela. Eu queria naquele momento, ter feito algo. Nada fiz. E ao reviver tudo em minha mente penso que isso me inspirou, mas não de uma forma boa. É isso que me dita, meu humor, minha dor, minhas experiências. O que me inspira. E você, o que te inspira?

sexta-feira, 27 de maio de 2016

PRESSA CERTO, MUITA PRESSA...

Olá pessoas! O post de hoje é um conto muito especial que escrevi pensando no quão interessante é essa pessoa chamada tempo! Espero que gostem :)




Certo dia estava andando na rua quando encontrei um amigo. Ele estava apressado, com o olhar cansado e pálido. Eu parei na sua frente e abanei as mãos gritando ‘OI, OI, HEY ESPERA  AÍ!’. Algum tempo depois ele me viu e mencionou seguir andando, mas depois de ver meu olhar que exalava fúria parou para me cumprimentar.
“Olá minha cara, já faz um longo..” - fez uma mesura. “Claro que faz” - retruquei com as mãos na cintura. “Mal lhe vejo passar, vive correndo pelos cantos parece até que foge de mim!” - ele hesitou por um instante.
“Ora, não me culpe… é o trabalho é só…” - ele falava olhando para os lados, estava com pressa. Sempre estava, seu trabalho era corrido,  muito corrido.
Mas dessa vez eu não iria lhe deixar escapar. Precisava falhar-lhe há muito tempo e ele veja só vivia fugindo. E não só de mim. Não pense, por um instante, que sou uma amiga chata que fica azucrinando o amigo é só que o assunto era realmente importante e quando você tem algo pra dizer a alguém e esse algo é muito importante e você não pode dizê-lo é o mesmo que ter um mosquito gigante zumbindo no seu ouvido, mas você nada pode fazer para espantá-lo.
Esse amigo, que jugo tão especial e conheço desde minha meninês não tem celular, ou telefone, ou qualquer coisa que seja tecnológica, gosta de fazer as coisas como sempre faz há vários anos. Só que seu trabalho é corrido, muito corrido.
Já fazia dois minutos que ele estava parado ali comigo e parecia que ia explodir, suas mãos suavam e ele estava com muita pressa para ir onde quer que fosse, o trabalho.
“Sei que está com pressa, sempre está. Mas preciso te perguntar uma coisa”.
Ele se abrandou, eu sempre precisava perguntar-lhe alguma coisa e nessa hora ele sempre diminuía o ritmo para me responder. Mesmo estando com pressa. Mesmo tendo um trabalho tão corrido. Me acalmei quando percebi que ele finalmente se acalmara.
“É o trabalho. Mas pode perguntar, desde que não demore muito, porque veja que se demoro muito o trabalho fica bagunçado e não posso deixar isso acontecer. Te contei como foi quando parei?” - balancei a cabeça com uma negativa. “Foi um horror!” - ele sussurrou. “Pergunte”.
Essa foi minha vez de ficar sem graça. Veja que já tinha a pergunta em mente, mas sei que seu trabalho é corrido e necessário.
“Por que…” - respirei fundo - “Por que faz, isso sabe? Não percebe que não era assim antes, quer dizer, você sabe o que eu digo, só te vejo correndo e não vejo nada porque vive correndo” - Ele franziu as sobrancelhas - “Minha pergunta é: por que tem passado tão de pressa ultimamente, sabe, mal o vejo passar?”  - Ele sorriu, se aproximou e me deu um forte abraço.
“Não sei como lhe responder, minha cara. É meu trabalho”.
Ele sorriu novamente e acenou para se despedir. Precisava ir. Precisava voltar a trabalhar. Saiu correndo. Eu não fiquei chateada, seu trabalho era corrido muito corrido. Quando ele virou a esquina com pressa, olhou para trás para um último aceno, eu sorri e sussurrei:
“Um dia nos vemos de novo. Até meu apressado amigo, tempo”.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

RESENHA: RETRATOS DE CAROLINA



Hoje trago pra vocês a resenha de um livro nacional. Geralmente eu falo de livros não muito conhecidos e por isso resolvi falar desse livro, mesmo já o tendo lido há muito tempo. 
Um dos primeiros livros que li foi um livro de Lygia Bonjuga dado pela escola da minha irmã pra ela. Um livro de contos super especial. Infelizmente não o tenho mais e como já devem imaginar não me lembro o nome kkk






Devo lembrar, que não não é um livro novo e com certeza você o encontrará em uma biblioteca. 
O livro conta a história da vida de Carolina, começando de sua infância até quando ela entra para a faculdade e decide o que fazer com a vida. Carolina é uma menina cheia de sonhos e vontades, que ama seu pai, construções e muitas outras coisas. 



Por meio da deliciosa e inteligente narrativa de Lygia Bojunga, vamos passando por quadros da vida da menina que talvez muito nos sejam familiares : momentos constrangedores da infância, amigos novos que logo viram os melhores amigos, o tempo passando rápido, viagens que nos marcam e as primeiras incertezas amorosas. 



Em momentos tristes, felizes, inesperados e previsíveis, acompanhamos Carolina por suas idades e gostos, ganhos e perdas, nos emocionando com cada fotografia nova de nossas vidas. Esse é um livro com o qual você se identifica facilmente porque Lygia tem o poder de te transportar para o presente. Apesar de você não ser transportado para um reino mágico você é transportado para  o agora, o mais real de sua vida e do que te cerca.



Esse é um livro pra você ler e refletir. Depois que o livro termina dá pra perceber que a vida Carolina não acabou, mas começou. Te faz pensar como é sua vida e como você a sonhava quando criança. E agora?



Eu me senti Carolina lendo esse livro assim como aposto que diversas outras pessoas se sentiram ou se sentirão. Se você então tem aquele pequeno pré-conceito com livros nacionais te digo que deixe-o por um dia pra ler 'Retratos de Carolina' sei que vai se apaixonar.



Mas eu continuei me afastando. Sem querer olhar para trás. Eu não vou mais olhar pra trás. Eu não vou mais olhar pra trás. Mas não resisti, acabei me virando: Carolina continuava no mesmo lugar. A fisionomia dela estava resignada. Resignada não: serena. Muito serena. Respirei aliviada. Levantei o braço e acenei com a mão. Esperei. Sem pressa, mas sem nenhuma hesitação, ela respondeu ao meu aceno, me dizendo também: tchau.





Lygia Bojunga é uma escritora brasileira de livros para crianças e jovens. Na década de 1970, ela teve uma importância muito grande, porque foi um período em que a literatura infantil e juvenil do Brasil ganhou mais destaque e conquistou muitos leitores. Lygia Bojunga Nunes nasceu em Pelotas, no estado do Rio Grande do Sul, no dia 26 de agosto de 1932, mas mudou-se com a família para o Rio de Janeiro quando ainda era criança. Estudou teatro e trabalhou como atriz. Também trabalhou em rádio e televisão.


terça-feira, 17 de maio de 2016

FOTÓGRAFA REGISTRA FOTOS MÁGICAS INSPIRADAS EM CONTOS DE FADAS

Olá pessoas lindas!!!!
Após esse pequeno momento de Hiatus do Blog, estamos de volta!
Pra começar, sem mais delongas venho trazer pra vocês um post de arte que não faço há muito tempo.

Hanny Honeymoon é uma fotógrafa e artista Alemã. Hanny usa uma Canon 5D MarkII, e registra diversos retratos da moda, gótico, fantasia e arte. Seu principal trabalho é baseado na arte conceitual, desenhos e fotografia.


Ela tenta formar seus pensamentos em cada tipo de arte. E adora deixar a criatividade fluir. Trabalha com diversos tipos de materiais 
– de aquarela até maquiagem. 



































Eu simplesmente amei o trabalho da artista. Sou puxada pra tudo o que lembra um universo mágico e surrealista. Aquelas imagens que conseguem te transportar pra dentro do universo proposto. Por exemplo, a personagem acima é 'Anastasia' e eu simplesmente amo essa história. Sem contar que Hanny pra mim passou todo o sentimento, toda a arte e toda a história representada em uma imagem com inúmeros detalhes.

Ultimamente temos tido trabalhos surrealistas incríveis de vários artistas, mas Honeymoon me chamou a atenção pela nostalgia em suas imagens. Elas poderiam ser vistas hoje ou daqui vários anos e ainda lembrariam aquele sentimento da infância e dos contos mais incríveis. E você o que achou do trabalho de Hanny Honeymoon?



site da artista: http://hanny-honeymoon.com/

instagram da artista: @hannyhoneymoon



sexta-feira, 29 de abril de 2016

AS MENTIRAS QUE NOS CONTAM



Quando pequena sempre que tinha uma dor inexplicável na batata da perna ou no braço antes de dormir minha mãe me dizia que era dor de crescimento. Eu não sabia o que era então acenava a cabeça e tomava  um remédio pra dor. Com o passar dos anos a dor deixou de existir, e minha mãe deixou de falar que eu tinha dor de crescimento.

Alguns anos depois essa dor voltou. No entanto agora eu entendo-a e agora quando sinto essa dor, agora minha mãe não diz que é dor de crescimento porque 'isso só criança tem quando está crescendo fisicamente'. Mas a dor não parou então o que aconteceu? Ela transformou-se e se moldou a mim. Hoje minha dor de crescimento é mais palpável do que nunca e mais inexplicável também.

Aos 17 anos no fim do ensino médio a dor começou. Primeiro ela era levinha um incômodo facilmente expulsável. "Trabalho, estudo, responsabilidade, vida", tudo um processo bastante natural, não acha? Crescer é natural. As temíveis fases da vida - infância, fase adulta...
"Trabalho, estudo, responsabilidade, vida"
'Agora você tem que crescer!' disse um monstro opressor dentro de mim. "Trabalho, responsabilidade, vida" COMO? Eu gritei em desespero. "Trabalho, responsabilidade, vida"
Você tem que casar se não vai ficar pra titia
Você tem que arrumar um emprego
Você tem que estudar pra ser alguém na vida
Você tem que ter mais responsabilidade, não é mais criança
Você tem que CRESCER!

Mas se é natural por que dói? Por que é tão difícil e é uma mentira deslavada quando dizem 'se tornar adulto é natural'. Se tornar adulto é natural?
Mas dói.
Dói saber que agora 80% do meu tempo é trabalho, estudo, responsabilidade. E os outros 20%? Os outros rasos por cento são os por certo de que preciso descansar, dormir as rasas horas por noite que restam.

'Quem não quer ser alguém na vida não cresce', mas de fato o que me incomoda não é ter que crescer. É ser obrigada a fazê-lo. Ser oprimida pela vida que diz com escárnio 'Anda, o tempo está passando ou você se torna adulta ou se torna adulta'.
'Mas os adultos são tão mal humorados e... e... eu queria viajar depois do ensino médio, conhecer novas culturas, novos lugares...'
'Então trabalhe pra ter o dinheiro' - rebateu a vida'.
Acreditei que ela estava correta, a solução mais lógica, eficaz  e fui.

Mas o problema é que não dá pra interromper o trabalho pra viajar, surgem contas e responsabilidades e... e... Resta viajar nas férias. É isso é a solução! Uma viajem rápida de uma semana correto? Assim não atrapalha o trabalho ou a rotina.

Me contaram que crescer era natural. Se é ou não ainda não sei. Mas sigo crescendo. Mesmo com essa dorzinha incomodando. Essa dorzinha que não vai embora e que ri e sussurra "Trabalho, responsabilidade, vida, agora você é adulta!".


terça-feira, 26 de abril de 2016

SÁBADO NO PARQUE

Hey pessoas andei meio sumida, mas semana passada foi uma loucura kkk
Vim falar um pouco pra vocês de um evento que participei no sábado e que achei sensacional!
Vem conhecer um pouco do Sábado no Parque e do projeto MUDA.

Foto: Dilan Furia 

Dia 23 de Abril aconteceu, no parque Areião em Goiânia mais uma edição do Sábado no Parque. O evento contou com  exposições artísticas, pocket shows, rodada de poesias, distribuição de Mudas nativas do Cerrado, e aquele velho e bom palco aberto para quem desejou se manifestar artisticamente.
O evento que já existe há vários anos como o Domingo no beco e integra uma série de atividades cujo objetivo é levar manifestações artísticas para os espaços públicos da cidade. 

Foto: Dilan Furia 

O evento tem dois grandes objetivos: 
1 Mostrar as pessoas que produzem em Goiânia 
2 Levar atenção para espaços da cidade que estão abandonados ou que estão subutilizados pra recuperar esse espaço pro convívio das pessoas.
A importância de um evento como esse é mudar uma espécie de cultura que a cidade tem que é que os espaços públicos servem apenas para transitar entre um espaço privado e outro. Assim ninguém repara no espaço público e ele é esquecido.

O Sábado no parque é um evento que integra as diversas atividades do MUDA
Movimento Urbanístico Diversidade e Arte.



O MUDA é um calendário de atividades socioculturais feitas pela sociedade para a sociedade. O MUDA propõe muito mais que apenas entretenimento 
nos seus eventos de rua. Propõe que as pessoas venham para a rua, conhecer, interagir, se integrar e modificar a cidade, de forma positiva. 
Que possam conhecer o que é produzido de poesia na cena local, com o Sarau Sábado no Parque; que conheçam as diversas manifestações de arte urbana,
com o Domingo no Beco; que desenhe e dance conosco no Repente Ilustrado; que conheça o que de melhor é feito musicalmente em Goiânia,
no OffSina - Mostra de Música; que discuta a cidade nos debates criados através do “”; que descubra mais sobre seu passado através das exposições
fotográficas do “Goiânia Antiga’’; que valorize as novas bandas autorais, no Palco Vacas Magras; Que se emocione com a dança, no Tempo para Dança; 
e que dance conosco no Grande Hotel Sound System. Por isso o MUDA é música, dança, ilustração, poesia, teatro, urbanismo, ocupações artísticas, fotografia e toda e qualquer manifestação artística. 
fonte: http://acieg.com.br/muda-cultivando-o-meio-ambiente-urbano-a-convivencia-e-a-expressao-cultural-goianiense/

Não foi a primeira vez que participei de um evento, mas devo dizer que o evento foi uma delicinha. Goiânia é uma cidade meio esquecida na parte artística porque a grande maioria das pessoas simplesmente não se importa com essa parte, mas projetos como o MUDA fazem toda a diferença nesse meio. Mostrar que a cidade tem manifestações artísticas, tem cultura e um pessoal muito bacana aqui. Em suma, foi um evento ótimo e é daqueles que dá pra ir a família toda, conhecer um pouco mais sobre as manifestações artísticas da cidade, se divertir e relaxar.

deixo então pra vocês um pedacinho de como foi...











terça-feira, 19 de abril de 2016

RESENHA: MARSHMALLOW

A resenha de hoje é de um livro que se tornou imensamente especial pra mim. Vem comigo conhecer Marshmallow, afinal o que pode realmente acontecer quando se abre o coração para completos estranhos?



Quando Kendra Tamale regressa à Inglaterra, fugindo de velhas mágoas e em busca de um novo começo, aluga um quarto de Kyle, um homem separado e pai de dois filhos, de quem se aproxima, contra todas as suas expectativas. Porém, essa amorosa e simpática mulher esconde algo sombrio em seu passado. O que acontecerá quando esse segredo vir a tona e Kendra tiver que enfrentar seus próprios demônios? A única forma de remediar a situação é confessar o erro terrível que cometeu há muitos anos atrás, algo que prometeu nunca fazer. Marshmallow: O que pode acontecer quando se abre o coração para completos estranhos, escrito por Dorothy Koomson, é uma história de redenção e, sobretudo, amor. A autora aborda de maneira delicada temas polêmicos como o alcoolismo, ressaltando a importância do apoio da família na superação de momentos difíceis. 

Quando este livro chegou pra mim pela Primavera Editorial eu fiquei animadíssima! Não só porque era o primeiro livro recebido, mas porque eu não tinha visto muitas coisas a respeito dele. Isso mesmo e me pergunto hoje como esse é um livro não muito conhecido? 
O livro se trata de auto-descoberta e ao mesmo tempo compreensão, evolução, respeito, amor e encantamento, Não pense nem por um segundo que Marshmallow é um romance comum. O romance está lá, mas ele atua em segundo plano. Fica escondidinho esperando sua deixa. No início é difícil entender por que Kendra deixa a Austrália tão repentinamente, mas com o passar do tempo tudo se torna claro e essencial para a trama. 



Mas não parece forçado? Digo, Kendra sequer conhece Jaxon e Sum e Kyle e abre seu coração para eles quando nunca fez isso por ninguém antes?
A resposta é um claro NÃO. A autora consegue construir uma uma relação única entre personagens únicos que parecem completamente reais e completamente fantásticos. Outra coisa que me chamou a atenção logo de cara é que Kendra é negra e até hoje não encontrei tantos livros com protagonistas negras. 



O livro também aborda questões sérias como abuso, separação e alcoolismo.  O marshmallow é empregado também de forma subjetiva, o que vou dizer sem spoilers que só acrescenta a magia do livro. Meu personagem favorito é Jaxon, filho de Kyle. Ele é um menino introvertido, carinhoso e muito especial que vai se abrindo aos pouquinhos. Janene é a personagem que menos gosto e acho que isso é unânime de todos os que leram o livro porque ela é aquele tipo de pessoa superficial, desinteressante e egoísta. 



A autora escreve de um jeitinho todo especial que se você não prestar atenção pouco vai notar. O livro tem mais de 400 páginas, mas a leitura é tão fluida e leve que isso quase não é perceptível.
A diagramação é simplesmente perfeita. A editora não deixou passar nada e como as páginas são amareladas isso me deu uma ótima sensação kk



sorry pela tremida na imagem, só percebi depois

Uma coisa ótima e que só somou à minha interminável lista de elogios à esse livro é a evolução dos personagens. Ao longo do livro dá pra ir percebendo como a autora construiu cada personagem e como eles devem evoluir e evoluem. Eu confesso que enrolei pra terminar esse livro só porque queria que não acabasse kkk


Devo arriscar a dizer que esse livro entrou pra minha lista de favoritos e de livros inspiradores. O que posso dizer é: o livro não acaba quando o livro acaba. Parece confuso, mas não é. O livro termina com um gancho enorme pra uma continuação que eu amaria se existisse. Porém que é pra ser construída no nosso imaginário. 


Então, sim recomendo esse livro à todas as pessoas possíveis. É um livro que vai te fazer chorar, rir, ficar com fome kk, se inspirar e sentir. E digo, leia com calma e devore esse livro porque confesso que quando comecei a lê-lo parecia tão saboroso quanto uma torta de chocolates e realmente foi.  

de: Irmãos livreiros